A vida é um sopro de incertezas. Às vezes ela nos presenteia com o calor do sol outras vezes com as gotas ou enxurradas trazidas pela chuva. Em algum momento ela é suavidade, calmaria, em outras tempestade e desproteção.
Talvez a vida seja algo que aconteça no calor das suas possibilidades ou justamente nos espaços de reinvenção diante das imprevisibilidades.
Vivemos em ciclos de nascimento, amadurecimento, florescimento e morte. Ciclos de datas imprecisas e tempos singulares. A cada ciclo, uma oportunidade de se reconectar com o que há de mais íntimo em você.
No início de um ciclo brindamos vida, presença, expectativas… aprendemos a admirar as sutilezas das descobertas que nos transformam, aprendemos a reconhecer o ápice do nosso crescimento, a encarar que a beleza da flor que desabrochou encontra-se justamente no respeito ao seu tempo de fazer-se pétalas que se conectam a um todo. E diante de tanta generosidade e imensidão vem o momento da despedida. Algumas coisas, pessoas e momentos simplesmente não nos pertencem, e é preciso deixar ir. O coração aperta nessa hora. Não é fácil se despedir daquilo que amamos ou acostumamos a ter por perto.
A partir de então vem o luto em suas mais diversas fases e variações… Ora ele vem como negação, ora como uma tristeza singela, ou como uma dor desesperadora. No luto também cabe a raiva, negociações com Deus, com o universo ou o que mais seja suporte para nós. Mas um dia, enfim, vivemos a aceitação da despedida e entendemos que o adeus daquilo que é concreto e palpável, às vezes abre portas para os sentidos que a experiência deixou em nós.
Filhos se despedem dos seus pais, mães se despedem dos seus filhos, netos dos seus avós, amigos se despedem de seus amigos, mulheres de seus maridos, e nesse ciclo nem sempre linear vivemos a graciosidade do outro que habita em nós. Pessoas importantes também se despedem, mas elas deixam marcas que muitas vezes nos ajudam a renascer.
Nascemos e morremos muitas vezes e de muitas formas ao longo disso que chamamos de vida, e talvez essa seja uma das suas maiores belezas: ser potência constante de reinvenção.
Falamos um pouco sobre as despedidas que nos são colocadas pelas imprevisibilidades, mas também vale lembrar daquelas despedidas que cabe a nós impulsionar: pessoas, olhares, hábitos, trabalhos e relações que já não nos nutrem ou não fazem sentido nos novos tempos que estamos vivendo ou querendo viver. Sim, dizer adeus também pode ser uma escolha. É preciso deixar morrer algumas coisas na nossa história para abrir espaço ao novo que brota em nós.
Reinvente-se cotidianamente. “Tudo muda o tempo todo no mundo”, as estações do ano, as fases da lua, a temperatura do dia… e coerente com essa natureza a mudança também mora em nós. Deixe viver os novos ciclos que brotam em você. Nossos desejos muitas vezes são sementes do que queremos cultivar. Permita-se passar por todas as etapas fundamentais ao seu florescimento. Respeite as dores que compõem seus ciclos e se encante com a beleza de ser quem você é.
Como foi bom ler!!!! Analisar um pouco a vida que a cada momento ela é uma caixinha de surpresas.
Fico muito feliz em saber disso, Flávia! 🙂
Me encantei
Com tanta sabedoria e beleza
E me ancaixei em alguns treposição
No momento estou procurando me encontrar
Descobrir o que me faz feliz
E me amar em primeiro lugar
Gratidão Leonora! Fico feliz que essas reflexões estejam fazendo sentido para você!