Vanessa Ribeiro Psicologia

Setembro Amarelo: entre o recolhimento e o florescimento

É inverno… As plantas recolhem-se para se proteger do frio, que por vezes queima suas folhas. Tempo de interiorizar e se preparar para florescer em seguida, num clima de temperaturas mais amenas.

Assim também somos nós, vivemos nossos próprios invernos. Temperaturas geladas queimam o que parecia estável em nós. Quando o ambiente externo já não parece tão acolhedor, é para dentro que nos voltamos. É preciso sobreviver e apostar num novo desabrochar!

Quando o frio é interno, muitas vezes é um raio de sol despretensioso que aquece nossas almas. As dimensões dentro e fora sempre dialogam e tem o poder de nos complementar.

Chegamos ao mês de setembro! Um mês que começa no inverno e termina trazendo a primavera. Mês de transição entre frios, recolhimentos, florescimentos e belezas.

É também o tão conhecido setembro amarelo, mês da campanha de prevenção ao suicídio. Nesse período que colocamos luz sobre o sofrimento de tantas pessoas. Gente como a gente, que vive um intenso inverno interno e que muitas vezes perde a esperança de voltar a florescer. Falamos de pessoas de carne e osso, que um dia pode ser ou ter sido um de nós.

É preciso acolher a importância dos nossos invernos, esses tempos de recolhimento tem sua função. Entretanto, a imersão em períodos longos de frio rigoroso, pode nos fazer esquecer o valor dos pequenos raios de sol, capazes de aquecer pedacinhos essenciais do nosso dia.

Eu não sei por quantos invernos você passou ou quantos ainda irá passar, mas desejo que encontre os pequenos raios de sol que ao aquecer dias gelados lhe dêem forças pra continuar. Na vida, esses pequenos raios podem ser uma escuta ou um olhar acolhedor, uma palavra amiga, um abraço. O suicídio é muitas vezes visto como alternativa para uma dor que não cessa, para um sentido de vida que se perdeu. Invernos rígidos da alma.

Nesses momentos, determinados apoios podem ser fundamentais para nos ajudar a resgatar a importância da vida e reacender a nossa potência de florescer. Relembrar por quantos invernos já passamos, pode ser uma boa forma de acessar a nossa capacidade de resistir a climas imprecisos e inesperados.

Inspirada em Maria Gadú que canta “o fardo pesado que levas, desagua na força que tens”, eu gostaria de lhe dizer que respeito o seu momento e a necessidade de suporte que pode se

presentificar pra você, mas também confio na sua força e na sua natureza que tantas vezes te possibilitou florescer. Se estiver disposto a seguir, conte conosco por aqui.

Deixarei ao final desse texto o contato do Centro de Valorização da Vida (CVV) que pode funcionar como raio de sol, pra ti ou para alguém que você ama. Se percebe que está precisando de ajuda ou conhece alguém que precise ler ou se conectar com essa reflexão, compartilhe esse texto. Desejo que essas palavras te abracem e possam significar um início de raio de sol chegando por aí.


Um grande abraço!


O CVV – CENTRO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA – realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias.

Telefone: 188

Site: https://www.cvv.org.br/

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