Vanessa Ribeiro Psicologia https://vanessapsicologia.com.br/ Fri, 04 Nov 2022 00:25:20 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.2 https://vanessapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2022/07/cropped-favicon-1-32x32.png Vanessa Ribeiro Psicologia https://vanessapsicologia.com.br/ 32 32 209006285 O meu mundo virou e o avesso é meu lado certo https://vanessapsicologia.com.br/2022/11/03/o-meu-mundo-virou-e-o-avesso-e-meu-lado-certo/ https://vanessapsicologia.com.br/2022/11/03/o-meu-mundo-virou-e-o-avesso-e-meu-lado-certo/#respond Fri, 04 Nov 2022 00:25:18 +0000 https://vanessapsicologia.com.br/?p=5067 E lá estava eu… querendo acreditar…Mas até o último minuto minha insegurança insistia que eu não era capaz.Duvidar da minha natureza parecia antecipar ou proteger-me de possíveis frustrações.Duvidei do meu corpo até o último momento. Mas algo dentro de mim insistia… queria pagar pra ver… “Se for para me frustrar que seja a partir da […]

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E lá estava eu… querendo acreditar…
Mas até o último minuto minha insegurança insistia que eu não era capaz.
Duvidar da minha natureza parecia antecipar ou proteger-me de possíveis frustrações.
Duvidei do meu corpo até o último momento. Mas algo dentro de mim insistia… queria pagar pra ver…

“Se for para me frustrar que seja a partir da tentativa e não no acovardamento.” Eu dizia para mim mesma internamente.
Elis nasceu na primavera, chorando em meio aos meus gritos de dor. Me lembrando que nascer dói, renascer dói, parir o novo dói.

Nem tudo que tem significado é instagramável, mas tem dores que nos ensinam sobre a nossa força e sobre o que vale a pena na vida.

Coragem! Essa palavra vem de coraticum (Coração em ação). A coragem não vem da mente, o incentivo talvez… para ir mais fundo em meio a tantos medos e receios, precisa existir algo que faça seu coração bater mais forte.

Eu estava ali por Elis, para que ela viesse ao mundo da forma mais natural e segura possível. Mas sobretudo eu estava ali por mim, disposta a me arriscar a descobrir do que eu era capaz como corpo, alma e natureza em plena entrega.

Talvez eu tenha percebido naquele momento o quanto o amor vem acompanhado de dor, de medo… e talvez por tudo isso essa versão de amor, não tão romantizada, esteja lambuzada de sentido.

Meu sangue e o de Elis se misturaram… A nossa dor nos uniu e nos permitiu um vínculo que não dá para decifrar… Choramos de alívio, e em meio às lágrimas pudemos nos tocar e nos olhar pela primeira vez. Uma mistura de sentimentos que jamais caberão nas palavras possíveis de compartilhar.

Desejo a você dores que lhe ensinem que você pode mais do que é capaz de imaginar.
Desejo que o sentido de cada acontecimento lhe relembre a sua força e os motivos que lhe fazem resistir e insistir. Tem sido lindo demais poder encontrar você por aqui.

Por fim… deixo registrada aqui a minha gratidão a @paschoalmota que junto comigo tem gestado a nossa florzinha Elis e toda a nova vida que ela nos convida a experimentar. E aos nossos apoios mais especiais @marciagaspardoula @draclaraantunes @rededor_oficial @grupo.perinatal e a toda nossa família pelo suporte diário.

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Setembro Amarelo: entre o recolhimento e o florescimento https://vanessapsicologia.com.br/2022/09/12/setembro-amarelo-entre-o-recolhimento-e-o-florescimento/ https://vanessapsicologia.com.br/2022/09/12/setembro-amarelo-entre-o-recolhimento-e-o-florescimento/#respond Mon, 12 Sep 2022 15:11:38 +0000 https://vanessapsicologia.com.br/?p=5062 É inverno… As plantas recolhem-se para se proteger do frio, que por vezes queima suas folhas. Tempo de interiorizar e se preparar para florescer em seguida, num clima de temperaturas mais amenas. Assim também somos nós, vivemos nossos próprios invernos. Temperaturas geladas queimam o que parecia estável em nós. Quando o ambiente externo já não […]

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É inverno… As plantas recolhem-se para se proteger do frio, que por vezes queima suas folhas. Tempo de interiorizar e se preparar para florescer em seguida, num clima de temperaturas mais amenas.

Assim também somos nós, vivemos nossos próprios invernos. Temperaturas geladas queimam o que parecia estável em nós. Quando o ambiente externo já não parece tão acolhedor, é para dentro que nos voltamos. É preciso sobreviver e apostar num novo desabrochar!

Quando o frio é interno, muitas vezes é um raio de sol despretensioso que aquece nossas almas. As dimensões dentro e fora sempre dialogam e tem o poder de nos complementar.

Chegamos ao mês de setembro! Um mês que começa no inverno e termina trazendo a primavera. Mês de transição entre frios, recolhimentos, florescimentos e belezas.

É também o tão conhecido setembro amarelo, mês da campanha de prevenção ao suicídio. Nesse período que colocamos luz sobre o sofrimento de tantas pessoas. Gente como a gente, que vive um intenso inverno interno e que muitas vezes perde a esperança de voltar a florescer. Falamos de pessoas de carne e osso, que um dia pode ser ou ter sido um de nós.

É preciso acolher a importância dos nossos invernos, esses tempos de recolhimento tem sua função. Entretanto, a imersão em períodos longos de frio rigoroso, pode nos fazer esquecer o valor dos pequenos raios de sol, capazes de aquecer pedacinhos essenciais do nosso dia.

Eu não sei por quantos invernos você passou ou quantos ainda irá passar, mas desejo que encontre os pequenos raios de sol que ao aquecer dias gelados lhe dêem forças pra continuar. Na vida, esses pequenos raios podem ser uma escuta ou um olhar acolhedor, uma palavra amiga, um abraço. O suicídio é muitas vezes visto como alternativa para uma dor que não cessa, para um sentido de vida que se perdeu. Invernos rígidos da alma.

Nesses momentos, determinados apoios podem ser fundamentais para nos ajudar a resgatar a importância da vida e reacender a nossa potência de florescer. Relembrar por quantos invernos já passamos, pode ser uma boa forma de acessar a nossa capacidade de resistir a climas imprecisos e inesperados.

Inspirada em Maria Gadú que canta “o fardo pesado que levas, desagua na força que tens”, eu gostaria de lhe dizer que respeito o seu momento e a necessidade de suporte que pode se

presentificar pra você, mas também confio na sua força e na sua natureza que tantas vezes te possibilitou florescer. Se estiver disposto a seguir, conte conosco por aqui.

Deixarei ao final desse texto o contato do Centro de Valorização da Vida (CVV) que pode funcionar como raio de sol, pra ti ou para alguém que você ama. Se percebe que está precisando de ajuda ou conhece alguém que precise ler ou se conectar com essa reflexão, compartilhe esse texto. Desejo que essas palavras te abracem e possam significar um início de raio de sol chegando por aí.


Um grande abraço!


O CVV – CENTRO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA – realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias.

Telefone: 188

Site: https://www.cvv.org.br/

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Força e Suavidade https://vanessapsicologia.com.br/2022/08/16/forca-e-suavidade/ https://vanessapsicologia.com.br/2022/08/16/forca-e-suavidade/#respond Tue, 16 Aug 2022 18:49:06 +0000 https://vanessapsicologia.com.br/?p=4979 Sabe aqueles momentos em que tudo parece desmoronar e você fica se perguntando se possui forças suficientes para lidar com tamanho desafio? Nesses momentos gosto de recorrer à natureza e suas múltiplas formas. As águas, por exemplo, tantas vezes tranquilas e inofensivas, em determinados momentos movem moinhos e destroem cidades mostrando sua força. Acredito que […]

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Sabe aqueles momentos em que tudo parece desmoronar e você fica se perguntando se possui forças suficientes para lidar com tamanho desafio?

Nesses momentos gosto de recorrer à natureza e suas múltiplas formas. As águas, por exemplo, tantas vezes tranquilas e inofensivas, em determinados momentos movem moinhos e destroem cidades mostrando sua força.

Acredito que assim somos nós, brisa e furação. Talvez nosso primeiro instinto, governado pelo medo, nos faça acreditar que a força não é uma das nossas dimensões, que o aspecto selvagem pertencente a tudo que é vivo não nos habite.

Somos natureza, e temos o poder de reunir todos os nossos recursos para responder, da melhor forma possível, às circunstâncias. Um carinha chamado Kurt Goldstein, neurologista e psiquiatra alemão, usou o termo autorregulação organísmica para se referir a essa nossa potência de nos ajustar às novas situações, por meio de seus estudos é possível perceber que somos capazes de construir novas configurações físicas, emocionais e sociais para lidar com os desafios e intercorrências a que somos expostos. E o mais importante: é justamente esse movimento que nos permite crescer e perceber que já podemos mais do que prevíamos ser possível.

A natureza e a teoria de Goldstein me ajudam a viver, e é por isso que resolvi compartilhá-las com você. Frequentemente duvido das minhas potencialidades, o desânimo e a vontade de desistir me assolam mais vezes do que eu gostaria, e me nutrir neles me ajuda a continuar.

Tenho aprendido que o medo é presente e necessário, precisamos dele para nos proteger, para cuidar daquilo que valorizamos, que amamos. Mas o medo não precisa ser um impedimento de vida, muitas vezes sinto que preciso conversar com meus medos e lembrá-los de quantos improváveis eu já vivi, das muitas vezes em que duvidei da minha capacidade de lidar com algo e ao tentar me surpreendi.

Frequentemente, ao vencer um desafio o transformamos em fundo, diminuindo a sua importância, afinal aquilo já passou, parece que o que importa é o que ainda falta vencer. Tem sido importante relembrar os desafios já enfrentados e a partir deles me dar conta da minha capacidade de me autorregular, de ser brisa e furação, suavidade e força dependendo da ocasião.

Estou aqui para te dizer que isso também pode pertencer a você. Se você chegou até esse texto, espero que ele converse com você e te convide a relembrar de onde você vem, o que já passou e que isso possa lhe inspirar a descobrir potências que talvez hoje sejam difíceis até de imaginar.

Com carinho,
Vanessa Ribeiro

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Pode ser muito difícil caminhar sozinho(a)! https://vanessapsicologia.com.br/2022/07/18/pode-ser-muito-dificil-caminhar-sozinhoa/ https://vanessapsicologia.com.br/2022/07/18/pode-ser-muito-dificil-caminhar-sozinhoa/#respond Mon, 18 Jul 2022 21:21:38 +0000 https://vanessapsicologia.com.br/?p=741 Tenho acompanhado muitas pessoas ao longo dos últimos anos como psicoterapeuta, e junto com muitas delas, histórias de solidão não tão bonitas como os vídeos de solitude e autoconhecimento a que temos acesso diariamente na internet. Na verdade, percebo o quanto muito desses conteúdos podem gerar culpa e adoecimento dependendo do momento em que são […]

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Tenho acompanhado muitas pessoas ao longo dos últimos anos como psicoterapeuta, e junto com muitas delas, histórias de solidão não tão bonitas como os vídeos de solitude e autoconhecimento a que temos acesso diariamente na internet. Na verdade, percebo o quanto muito desses conteúdos podem gerar culpa e adoecimento dependendo do momento em que são recebidos, por melhor que seja a intenção daqueles que o produzem.

Acompanho histórias de solidão de pessoas solteiras, advindas de relacionamentos frustrados, mas também de pessoas casadas, comprometidas ou amigadas. Pude perceber que pessoas isoladas ou as mais populares e procuradas podem dividir o mesmo lugar de solidão, acompanhado muitas vezes de uma sensação de abandono e de não ter com quem contar, nem sempre fácil de se explicar ou expressar.

Você já se percebeu sozinho em determinados momentos, inclusive com pessoas ao seu redor? Acredito que a sensação de solidão tem a ver com a necessidade de receber um colo que nem sempre nos chega, de precisar de afetos sem julgamento e suportes sem condições determinadas.
Vivemos numa época em que dar conta de tudo se tornou fonte de orgulho e motivação, mas somos humanos, carregamos nas muitas dimensões de nós: no nosso corpo e nos nossos afetos o que comumente chamamos de limite.

O corpo cansa e a alma também. E é a ausência de lugares de descanso que muitas vezes nos transportam para o desejo de jogar tudo para o alto e desistir.

Inspirada na metáfora do cavaleiro preso na armadura, de Robert Fisher, me pergunto qual é a nossa base? Em que momentos ou com que pessoas nos sentimos seguros o suficiente para nos despir das armaduras que nos protegem e acessar o miolo dolorido presente em nós? Não ter base, significa não se permitir descansar livremente, é estar preso na própria armadura – uma proteção tão importante para adentrar os campos de batalha da vida, que se torna absolutamente sufocante quando vista como a única forma de circular pelo mundo.

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Uma breve reflexão sobre relacionamentos https://vanessapsicologia.com.br/2022/06/13/uma-breve-reflexao-sobre-relacionamentos/ https://vanessapsicologia.com.br/2022/06/13/uma-breve-reflexao-sobre-relacionamentos/#comments Mon, 13 Jun 2022 22:40:00 +0000 https://vanessapsicologia.com.br/?p=721 Em algum momento eu acreditei que tinha aprendido sobre relacionamentos com os lindos contos de fadas embalados pelo tradicional felizes pra sempre. Mas hoje percebo que não foi bem assim, meus principais ensinamentos vieram de quem não pretendia me ensinar nada, mas nessa despretensão me fez aprender muito. Recentemente tenho vivido momentos difíceis com um […]

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Em algum momento eu acreditei que tinha aprendido sobre relacionamentos com os lindos contos de fadas embalados pelo tradicional felizes pra sempre. Mas hoje percebo que não foi bem assim, meus principais ensinamentos vieram de quem não pretendia me ensinar nada, mas nessa despretensão me fez aprender muito.

Recentemente tenho vivido momentos difíceis com um dos meus filhos caninos, o Sid. Ele está com um problema na coluna e não consegue mais sustentar as partes
traseiras do corpo. Coisas muito simples, se tornaram grandes desafios para ele: fazer xixi, cocô, andar e até dormir.

É muito triste vê-lo sofrendo, e me sentir incapaz de fazer mais. Buscamos os melhores veterinários e atendimentos que pudemos, temos tentado insistentemente lhe alimentar e amenizar a sua dor. Amar o Sid em muitos momentos foi aproveitar momentos divertidos e especiais ao seu lado, e hoje percebo que amá-lo é sobretudo estar ao lado dele no momento da dor, mesmo quando isso é o máximo que eu posso lhe oferecer.

Escolhi começar esse texto falando da minha relação com o Sid porque talvez ela reflita muito do que tem me cercado hoje: lembranças da minha mãe cuidando da minha avó acamada, amigos em processos de despedida de entes queridos no hospital, pessoas sofrendo ao acompanhar a dor de quem amam, familiares que me procuram como profissional de saúde na esperança de ajudá-los de alguma forma a amenizar o sofrimento emocional de quem lhes é importante.

Considerando todo esse contexto, fiquei pensando que talvez se relacionar nos implique ter coragem para amar e viver as magias e também os limites e impossibilidades do amor.

É claro que existem e sempre existirão muitos níveis e formas de relação, mas tenho percebido que é a profundidade da relação uma das portas para o amor. Não apenas um amor romântico, mas o amor como ação, que tem como principal missão, dentro de um respeito próprio, proporcionar ao outro o melhor da sua experiência de si- ainda que em contextos controversos.

A nossa querida escritora Bell Hooks já dizia que amor é ação. É presença mais do que fantasia… É assumir as imperfeições de estar junto no desafio de construir formas de enlace que nos permitam crescer e amadurecer como pessoas.

Enfim, penso que a difícil tarefa de se relacionar venha acompanhada de uma tal admiração pela vida que nos convida a desejar experienciar mais histórias (prazerosas e/ ou desafiadoras) com esse outro que em mim já possui algum lugar de importância.

Acredito que nosso primeiro grande relacionamento é conosco mesmo e com as nossas possibilidades e limites. A partir dele construímos referências capazes de nos direcionar para estar com o outro de uma forma saudável, sem essas referências facilmente aceitamos o que nos é oferecido sem questionamentos ou seguimos recusando formas de aproximação.

Seja com amigos, familiares, pets, namoradas ou companheiros que os nossos relacionamentos sejam fontes de troca e nunca algo que nos impeça de estar inteiros.

Espero que a nossa relação por aqui continue fazendo sentido pra você.

É muito bom ter você por perto ❤

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Maternidade https://vanessapsicologia.com.br/2022/05/08/maternidade/ https://vanessapsicologia.com.br/2022/05/08/maternidade/#comments Sun, 08 May 2022 14:30:00 +0000 https://vanessapsicologia.com.br/?p=698 A vida é capaz de ser ressignificada a cada momento. Como uma peça de teatro que a cada ato traz novas informações que te permitem ampliar e modificar sua compreensão da história. Gosto de pensar em verdades transitórias, elas me dão a liberdade de me repensar e de reavaliar as situações de vários ângulos diferentes. […]

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A vida é capaz de ser ressignificada a cada momento. Como uma peça de teatro que a cada ato traz novas informações que te permitem ampliar e modificar sua compreensão da história. Gosto de pensar em verdades transitórias, elas me dão a liberdade de me repensar e de reavaliar as situações de vários ângulos diferentes.

Estou grávida! Tá aí uma descoberta que diariamente tem reconfigurado muita coisa por aqui. Foi preciso fazer quatro testes para acreditar que eu tinha entendido certo o significado dos dois pauzinhos (rs). Bateu um medo! Porque já era algo que eu desejava, e eu não queria me decepcionar. Dividi com meu marido a informação, e as lágrimas dele junto com a nossa conversa embalada por um abraço foi dando lugar a criança que já habitava meu corpo. Medo de novo!

Nossa vida vai mudar! A rotina, os gastos, tudo vai precisar ser repensado.
Seguido a isso, pensamentos involuntários chegavam sem aviso…

“Será que a criança está no lugar certo?”
“Será que a gravidez vai vingar?”
“Há tanta coisa envolvida, melhor não criar muitas expectativas, né?”
“Melhor não contar pra ninguém, se algo não sair como planejado, com mais pessoas sabendo vai ser pior de encarar.”

O medo se transformava em inúmeras fantasias do que poderia dar errado, tudo parecia a minha vã tentativa de não me envolver como forma de me proteger.

O primeiro momento marcante chegou: a ultra inicial. Embrião no útero, coração batendo a 144 Bpm. Foi necessário um tempo de processamento… muito louco perceber que eu estava escutando um coração no meu corpo que não era o meu (rs). Em seguida, o desejo pelo teste de sexagem fetal… Descobrimos: É menina!

Elis ganha um nome e com isso mais lugar e proximidade em nossas vidas. Já começamos a nos sentir uma família em crescimento. Comunico, constantemente ao Sid e ao Paçoca, os membros caninos da família, que Elis está aqui, e que logo eles vão conhece-la. Não sei se a minha tentativa de os integrar está funcionando, mas continuo apostando 😅.

Chegou o momento da Ultra Morfológica, muito importante para a descoberta de malformações. Minha tensão toma toda a sala… e Elis me responde: mal ela aparece no visor dá um grande pulo! Choro e riso compõe a minha emoção, eu entendi seu recado Elis, tem vida pulante por aí, né? A ultra segue, e a médica pacientemente tenta fazer as medições entre os pulos de Elis.

Eu nem sabia que precisava disso para me acalmar, mas ela parecia saber. Um coração batendo 160 vezes por minuto, também me ajudava a me refazer. Nesse momento, a alegria já não cabia mais no peito, a vontade era de mostrar pra todo mundo da rua os pulos de Elis. Falar para os outros reafirmava ” Tem vida dentro de mim, e vida pulante!”.

Voltamos para casa, contamos para algumas pessoas especiais, mostramos os pulos de Elis muitas e muitas vezes. Eu não me canso de ver. Agora ela já está toda dentro da família.

E a cada dia esses pulos se encontram com a minha vontade de fazer as coisas acontecerem… Dos meus projetos profissionais, às escolhas para o quarto de Elis.

E o medo? Você acha que foi embora? Claro que não, a cada dia que Elis ganha espaço por aqui, o coração aperta pelo medo de perder o que já é tão especial. Mas tenho escolhido permitir o encontro entre o medo e o desejo de viver os detalhes de tudo que está acontecendo.

Pensar maternidade para mim, é pensar todas essas confusões. Do corpo que se modifica e pede novas vestimentas e tamanhos, do casamento que se embala em novos assuntos, interesses e roteiros, da casa que se transforma para receber da melhor forma a florzinha que está crescendo em nosso jardim.

Tem muita terra sendo mexida e remexida aqui, interna e externamente em todos nós. Da notícia até hoje mudamos muitas e muitas vezes! Nasceu poesia, nasceu escultura, numa tentativa de deixar transbordar a felicidade que nos habita.

Mas fico pensando que essa maternidade pode ser vivida de tantas formas quanto forem as pessoas e os contextos possíveis. Em um evento de turismo no Rio, no banheiro feminino cumprimentei a moça que limpava o banheiro e elogiei a equipe e a limpeza impecável do lugar mesmo com tanta circulação de gente. Ela agradeceu e disse:

“Obrigada por reconhecer! Estou há seis dias fora de casa porque moro em Austin (um lugar bem distante de onde estávamos). Eu sou mãe sabia? Sabe qual a idade da minha filha? Ela tem 8 meses. E eu estou há 6 dias sem vê-la.”

Depois de ouvi-la, minha garganta emudeceu. Meu coração de mãe recém-formado doeu, doeu muito! Naqueles poucos minutos, ela me traduziu uma realidade avassaladora. Envergonhei-me dos meus privilégios, não havia o que dizer. Mas simplesmente ficou evidente que a maternidade é grosseiramente atravessada pela presença ou ausência de uma rede de suporte emocional, afetivo, econômico e social que ajuda a dar o tom do prazer e do sofrimento no processo de ser mãe.

É por esse motivo, que hoje, neste mês das mães decidi dedicar esse texto a todas as mulheres que em seus respectivos contextos e com os recursos que tinham e que tem se comprometem a cuidar e fazer o seu melhor pelos filhos que as habitam ou que estão sob seus cuidados. Incluo nestas palavras as mulheres que biologicamente não podem viver o processo de gestação, mas que se empenham em relações de cuidado que gestam e compõem pessoas das mais diversas formas.

Gostaria de registrar aqui a admiração por aquela mulher, que passou 6 dias longe de sua filha para garantir o seu sustento. E embora esse cenário não me pareça nada justo, eu espero que algum dia a sua filha tenha dimensão do tamanho do amor envolvido nessa decisão.

Neste mês das mães, agradeço em especial as mulheres e mães que me cuidaram e me gestaram de muitas e muitas formas e a minha mãe, Dona Cira, que me ensina e me inspira diariamente para os cuidados de Elis.

Queridas mamães, me incluo neste grupo agora com a certeza de que erramos e erraremos muitas vezes, mas desejo que o amor seja o nosso guia nessa jornada!

Conto com vocês!

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O poder do rascunho: a liberdade para criar https://vanessapsicologia.com.br/2022/04/18/o-poder-do-rascunho-a-liberdade-para-criar/ https://vanessapsicologia.com.br/2022/04/18/o-poder-do-rascunho-a-liberdade-para-criar/#respond Mon, 18 Apr 2022 21:27:11 +0000 https://vanessapsicologia.com.br/?p=681 Tenho percebido o quanto querer fazer algo grande, importante ou vistoso tem o poder de travar nossos impulsos criativos. O desejo por um produto final vinculado a um ideal parece anular a fluidez do processo de criação. Lembro que todas as vezes que quis fazer algo perfeito, foi a imperfeição e a frustração meus principais […]

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Tenho percebido o quanto querer fazer algo grande, importante ou vistoso tem o poder de travar nossos impulsos criativos.
O desejo por um produto final vinculado a um ideal parece anular a fluidez do processo de criação.

Lembro que todas as vezes que quis fazer algo perfeito, foi a imperfeição e a frustração meus principais acompanhantes. Curiosamente, nas poucas vezes em que experimentei a ausência ou baixas expectativas sobre algo, fui surpreendida ou flui nas imperfeições me permitindo o riso ou as histórias de confusões.

Talvez a principal diferença nessas duas situações seja a abertura interna para viver o que está dentro de você. Aquilo que nem sempre segue um padrão, ou que é agradável, vistoso ou “digno” de exaltação.
O que está dentro de nós é, muitas vezes simples (mesmo que seja simplesmente complicado rs). É fluído como o sangue que corre em nossas veias. Se há algum impedimento ou adoecimento em seu percurso é porque, provavelmente sofreu interferências de algo externo que não lhe pertence ou impede o seu fluir.

Disse tudo isso, pra relembrar o valor do rascunho, do papel em que se pode rabiscar.

Quantas vezes escrever a lápis, foi ter a liberdade de apagar?
Com o lápis eu me sinto livre pra rabiscar.
Já não preciso acertar de primeira.
Eu posso rascunhar!

Lembro que nas séries iniciais da escola, só podíamos escrever a lápis, e o meu sonho nesses primeiros anos era poder usar a caneta.
Mas junto com a caneta parece que tudo ficou mais sério, as tarefas, os erros e a responsabilidade de resolver os mistérios.

O difícil deixou de ser desafio para se tornar um fardo, grande e pesado.
Com a caneta, não tinha mais espaço para o lápis de cor, aposentei a borracha, já não usei mais rascunhos.
Tudo precisava dar certo de primeira
E nessa tensa precisão,
Acabou a brincadeira e o espaço para criação.

Na caneta aprendi a vida de gente chata,
Uma vida embotada, mas por muitos desejada e valorizada.
O lápis virou sinônimo de fraqueza e inadequação, usado pelos imprecisos
Era símbolo de amor e libertação.
Mas aprendi que liberdade e amor sem segurança e precisão também não tem valor.

E assim o rascunho foi aposentado,
O papel chique exaltado
E na certeza e exatidão
A liberdade ganhou uma forma
Da vida de um único padrão.

Escrevi no ebook Psicologia Itinerante que “É nos rabiscos que nascem grandes obras”. Então termino esse texto lhe desejando rascunhos. Que grandes transformações nasçam da sua liberdade de rabiscar.

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Espelho, espelho meu! https://vanessapsicologia.com.br/2022/03/16/espelho-espelho-meu/ https://vanessapsicologia.com.br/2022/03/16/espelho-espelho-meu/#comments Wed, 16 Mar 2022 20:03:18 +0000 https://vanessapsicologia.com.br/?p=674 Diante do espelho vemos todas as etiquetas coladas em nossos corpos e alma. Em cada uma, um julgamento. Transformando o nosso reflexo em um grande lamento. Eterno jogo de adequação e inadequação, onde sente-se melhor aquele com menor número de elementos inadequados. Mas a partir de quais critérios somos julgados? Das novelas, celebridades, da televisão? […]

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Diante do espelho vemos todas as etiquetas coladas em nossos corpos e alma.

Em cada uma, um julgamento. Transformando o nosso reflexo em um grande lamento. Eterno jogo de adequação e inadequação, onde sente-se melhor aquele com menor número de elementos inadequados.

Mas a partir de quais critérios somos julgados? Das novelas, celebridades, da televisão? Das divas e heróis das redes sociais e demais mídias de apelação?

Somos carimbados por tudo o que ouvimos que deveríamos ser. Somos expropriados de todo contorno entendido como o que não deveria nos pertencer.

Os peitos? devem ser grandes, mas não muito. Milimetricamente redondos é com certeza um diferencial.

Para os homens a sensação de virilidade vem representada no braço forte, e na barriga de tanquinho, sem dúvidas, fenomenal.

Assim seguimos esculpindo corpos para agradar a gregos e troianos. Mas e com o espelho? Permanecemos brigando? Quando não é a barriga, é a estria depois da lipoaspiração, ou a ruga entre os olhos… mais botox é a solução?

Num passo a passo buscamos a desejada harmonia facial, harmonia corporal… mas estará em harmonia a nossa vida emocional?

Mudar o corpo ou o espelho pode não ser a solução, é preciso aprofundar o entorno, encarar os outros e o medo da rejeição.

O curioso é que geralmente começa em nós mesmos o nosso primeiro não, depois disso fica fácil focar no que por muitos é exaltado como o certo, o padrão.

Amanda Lovelace escreveu:

se você sempre
olha para
o seu reflexo
& sente o desejo
de dizer a si mesma

que não é
boa o suficiente
bonita o suficiente,
magra o suficiente
gostosa o suficiente,

então acho
que é hora
de você quebrar
esse espelho em pedaços,

não acha?

– use esses estilhaços para traçar o caminho para amar a si mesma.

É sobre isso!

Aceitar-se é reconhecer a sua história, a narratividade contida no seu corpo, nas suas marcas. E entender que cada um dos seus traços conta sobre você e um pouco sobre o que já passou.

Caso não aprove e decida mudar algo, retome a sua história e relembre o seu valor. Toda mudança vem de uma trajetória regada doses de potência e pitadas de dor.

Que a sua transformação venha mais por sentido e menos pelo desejo de alcançar um estereótipo.

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Experiment-ação https://vanessapsicologia.com.br/2022/02/17/experiment-acao/ https://vanessapsicologia.com.br/2022/02/17/experiment-acao/#comments Thu, 17 Feb 2022 21:18:48 +0000 https://vanessapsicologia.com.br/?p=662 O escritor Aldous Huxley escreveu uma vez que experiência não é o que acontece com um homem mas o que um homem faz com o que lhe acontece. Eu entendi com isso que para ele na experiência mora a ação, a escolha, o envolvimento com aquilo que nos acontece. Talvez por isso a psicóloga e […]

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O escritor Aldous Huxley escreveu uma vez que experiência não é o que acontece com um homem mas o que um homem faz com o que lhe acontece. Eu entendi com isso que para ele na experiência mora a ação, a escolha, o envolvimento com aquilo que nos acontece.

Talvez por isso a psicóloga e gestalt-terapeuta Monica Alvim use bastante o termo Experiment-ação, onde na própria forma da palavra deixa explícito a relação entre a ação e experiência.

Mas você deve estar se perguntando por que estou trazendo isso para conversarmos hoje?

Porque nos textos anteriores falamos de novos ciclos, de gestar mudanças e dentro de tudo isso mora a responsabilidade, ou seja, a construção da nossa habilidade de responder à situação que nos acontece. E essa habilidade nem sempre é vista, validada ou de fato mora em nós. Qualquer habilidade, costuma ser desenvolvida mesmo quando há uma facilidade para tal coisa. Isso significa que a responsabilidade para viver novas experiment-ações só virá com o processo de nos oportunizar o novo.

Como posso aprender inglês, sem me oportunizar ter contato com a língua? Ou como posso desenvolver habilidade em falar em público sem nunca ter falado para mais de duas pessoas?

É sobre nos oferecer a chance de lidar com o diferente e a partir disso fomentar em nós a habilidade de responder a essas novas situações.
Frequentemente desejamos os resultados sem viver os percursos necessários para a sua realização. Ao viver a ansiedade do que não posso controlar, a minha vontade é de apertar aquele botão de acelerar e só dar o “play” na parte em que já está tudo no lugar. Isso também acontece com você? Você já percebeu essa vontade dentro de você? Mas se abrir ao novo não é também encarar todos os caminhos necessários para fazê-lo acontecer?

Uma vez, meu terapeuta pontuou que todos os meus textos pareciam terminar com um final feliz, parecia que pra mim um texto só era bom quando finalizado com uma solução. Ao me dar conta disso, percebi o quanto o aberto e o impreciso me parecia feio, era amedrontador e evitado por mim.
A partir disso, me permiti escrever poesias e textos que também dessem espaço para a beleza e a função contida nos sentimentos mais sombrios que convivem dentro de mim. Por esse motivo, termino esse texto com um exemplo de como tenho me permitido experimentar o diferente. Será lindo receber notícias sobre os caminhos que você vai construir por aí também. Espero que você possa se sentir abraçadx de alguma forma através das palavras que deixo por aqui.

 

Poros abertos

No abrir dos poros, sinto
Absorvo as sutilezas, por muitos, não consideradas
Me torno ambiente em respiração
Inspiro as coisas do mundo e
Expiro a minha própria produção.

Sou impermanência,
Uma obra por fazer.

Na textura da tela um convite a novas experimentações,
Agarrado a ela o medo conectado ao descontrole e a péssimas reverberações.

O peso do inesperado corre em minhas veias,
Viver também é se arriscar.
O temor assombra meus sonhos,
Me impede de descansar.

O ardor reconecta a alma
E me incita a continuar.

Se faz sentido pra mim,
Como posso desistir, sem antes me exaurir de tanto tentar?

Com poros abertos
aprendi que
lutar por mim
sempre vale a pena.

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Gestando novos caminhos: encarando as dores e delícias de uma vida em transformação https://vanessapsicologia.com.br/2022/01/17/gestando-novos-caminhos/ https://vanessapsicologia.com.br/2022/01/17/gestando-novos-caminhos/#respond Mon, 17 Jan 2022 21:07:02 +0000 https://vanessapsicologia.com.br/?p=645 Ao buscar em alguns dicionários, encontrei que o termo gestar significa criar, conceber, dar origem a algo novo. Ele vem do latim gestare que tem o sentido de carregar algo novo em si mesmo; trazer consigo mudanças; carregar consigo transformações. Uma mulher carrega consigo um bebê que está em transformação. Ela se torna casa de […]

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Ao buscar em alguns dicionários, encontrei que o termo gestar significa criar, conceber, dar origem a algo novo. Ele vem do latim gestare que tem o sentido de carregar algo novo em si mesmo; trazer consigo mudanças; carregar consigo transformações. Uma mulher carrega consigo um bebê que está em transformação. Ela se torna casa de um ser que se modifica ali dentro e nesse processo também provoca transformações nessa mulher. A partir disso, ambos precisam transformar o ambiente que os cerca para que este consiga receber da melhor forma possível esse mundo de mudanças que está sendo criado.

Ao perceber isso foi instantâneo pra mim associar a metáfora da gestação como o processo de vida nova que brota dentro de nós. Nessa perspectiva homens, mulheres e crianças gestam, todos nós somos capazes de conceber o novo, de carregar o diferente dentro de nós. Cada um dentro de suas possibilidades e limitações.

Na verdade, esse é o convite desse texto: pensar as dores e as delícias de se propor a gestar o novo em nossas vidas.
É um exercício de sair de um pensamento romântico e fantasioso de que depois que o novo chega tudo se resolve ou se mantém magicamente, e encarar o real esforço e os desconfortos necessários para fazer aquilo que desejamos acontecer. Considerando o custo emocional envolvido no desafio de possibilitar um ambiente que permita essa mudança se manter, mesmo que boa parte deste ambiente seja gerado dentro de nós.

Na gestação há um processo de preparação para receber o novo, fisiologicamente o corpo se prepara, se transforma. Isso que é novo chega e encontra no ambiente cuidadosamente preparado autorização para crescer. Ele modifica o corpo até que esse crescimento seja tão vasto e intenso que isso que é gestado passa a não caber mais só dentro, ele precisa vir para o mundo e ser compartilhado com outras pessoas. E esse é um ponto importante desta metáfora, um bebê que já está grande e pronto pra nascer, ele precisa viver o desconforto do parto, ele precisa encarar o mundo aqui fora. Do contrário, ele sufoca e morre no mesmo ambiente que o possibilitou crescer até esse momento.
Isso também acontece com o novo dentro de nós. Em alguns momentos nós nutrimos os nossos desejos, eles crescem dentro de nós, mas nem sempre temos coragem de enfrentar o parto necessário para fazê-los nascer. É preciso coragem para que isso aconteça, é necessário assumir os riscos envolvidos nesse processo. É preciso entender que tudo isso vale a pena para fazer o novo nascer!

A metáfora da gestação nos permite pensar esse processo que envolve muitas transformações, inclusive emocionalmente muitos altos e baixos, que envolve muitos desconfortos necessários para que o novo venha.
Ampliar essa compreensão para um movimento de gestação de novos caminhos é considerar um cenário parecido que traz a necessidade de preparação, de um tempo de revisão disso que já existe, de abertura de espaço para o novo que vai chegar. Gestar novos caminhos implica uma certa permissividade, um movimento de abrir espaço para o novo entrar, para isso, é preciso deixar ir aquilo que já não faz mais sentido.

A partir dessa permissão inicia-se uma fase de construção da relação com esse novo, com os desconfortos daquilo que não conseguimos controlar ou do que não sai como o planejado.
Assim como num processo de gestação há uma concepção de uma criança, mas também de novos papéis e lugares, como mãe e filho, por exemplo.
A gestação de novos caminhos também nos exige ocupar papéis e espaços, por vezes desconhecidos ou até evitados.

Eu não sei qual é o novo que você precisa gestar nesse momento. Novas amizades, novas relações amorosas, um novo trabalho, novos estilos de vida, novos olhares sobre si mesmo. Independente de que novo estejamos nos referindo, esse texto é pra você. Ele é sobretudo para te dizer que se o novo que você está buscando te aproxima do que te faz feliz ele já vale a pena.
Na minha vida, nada pode ter um valor maior do que aquilo que dá sentido aos meus dias, e na sua? É sobre isso. Que o processo de gestar novos caminhos renove em você os sentidos de estar vivo.

Bem-vindo a mais um ano! Temos mais uma oportunidade de buscar nossas melhores versões! 🤗

*Texto inspirado no tema do Happy Hour

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